Gil Vicente
Biografia
Por não ser nobre, pouca coisa se sabe sobre ele com precisão.
Gil Vicente nasceu por volta de 1465, presume-se que estudou em Salamanca, foi provavelmente ourives da corte de D. Leonor e casou-se com Branca Bezerra, de quem nasceram Gaspar Vicente e Belchior Vicente.
Sua primeira peça foi escrita em 1502 e foi escrita em homenagem ao nascimento de D. João III, filho de D. Manuel e D. Maria de Castela.
Estilo do Autor
Gil Vicente escreveu em castelhano, português e saiaguês. Suas peças eram feitas em versos, então poderia ser considerado um poeta, um mal poeta. Ele utilizava a medida velha e a estrofação era irregular. Também criou um teatro rústico e popular, o qual não respeita as unidades clássicas de tempo, ação e espaço, e quando Gil Vicente escreve ele respeita o linguajar característico de cada classe social.
Uma característica muito importante das obras de Gil Vicente é que ele não cria personagens, ele constrói tipos, ou seja, cada “personagem” representa características gerais de determinada classe social, e estes também são construídos de forma maniqueista, ou são bons ou são maus.
Ainda em relação aos “personagens” é importante falar que eles são tipos alegóricos, não apresentando profundidade psicológica, encarnando a mentalidade padrão de algumas profissões e representando os vícios ou as virtudes de classes ou segmentos sociais.
Obras
- Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação (1502)
- Auto Pastoril Castelhano (1502)
- Auto dos Reis Magos (1503)
- Auto de São Martinho (1504)
- Quem Tem Farelos? (1505)
- Auto da Alma (1508)
- Auto da Índia (1509)
- Auto da Fé (1510)
- O Velho da Horta (1512)
- Exortação da Guerra (1513)
- Comédia do Viúvo (1514)
- Auto da Fama (1516)
- Auto da Barca do Inferno (1517)
- Auto da Barca do Purgatório(1518)
- Auto da Barca da Glória (1519)
- Cortes de Júpiter (1521)
- Comédia de Rubena (1521)
- Pranto de Maria Parda
- Farsa de Inês Pereira (1523)
- Auto Pastoril Português (1523)
- Frágua de Amor (1524)
- Farsa do Juiz da Beira (1525)
- Farsa do Templo de Apolo (1526)
- Auto da Nau de Amores (1527)
- Auto da História de Deus (1527)
- Tragicomédia Pastoril da Serra da Estrela (1527)
- Farsa dos Almocreves (1527)
- Auto da Feira (1528)
- Farsa do Clérigo da Beira (1529)
- Auto do Triunfo do Inverno (1529)
- Auto da Lusitânia, intercalado com o entremez Todo-o-Mundo e Ninguém (1532)
- Auto de Amadis de Gaula (1533)
- Romagem dos Agravados (1533)
- Auto da Cananea (1534)
- Auto de Mofina Mendes (1534)
- Floresta de Enganos (1536)