Análise da Obra
Estrutura da obra
O romance é divido em três partes, dividido em vários capítulos, longos e curtos.
Foco Narrativo
O livro Capitães da Areia é narrado em terceira por Jorge Amado. Ele conta os acontecimentos sem se envolver diretamente com eles, por isso um narrador expectador.
Ação
A ação do livro não gira em torno de um personagem principal, a obra se refere ao grupo, ou seja, os Capitães da Areia. Capitães da Areia é um grupo de menores abandonados e marginalizados, que aterrorizam Salvador.
Tempo
O tempo é marcado pelos acontecimentos, corresponde as lembranças e recordações, mostra a vida dos meninos, desde a infância até a maturidade.
Espaço
A história se passa em Salvador, retrata a vida urbana da capital baiana, com forte conotação social, com seus típicos habitantes, sua indumentária, seus costumes, a maneira de encarar as vicissitudes , o credo e o folclore baiano, o sincretismo religioso. Não é a elite que povoa suas páginas. Ao contrário. São os proletários que constituem a obra.
Personagens
Pedro Bala: Era um jovem loiro de 15 anos, que tinha um corte no rosto. Era o chefe dos Capitães da Areia, ágil, esperto, respeitador e sabia respeitar a todos. Saiu do grupo para comandar e organizar os Índios Maloqueiros em Aracaju, desejando com líder do grupo Barandão. Depois disso ficou muito conhecido por organizar várias greves, como perigoso inimigo da ordem estabelecida.
Sem Pernas: Era um garoto pequeno para sua idade, coxo de uma perna, agressivo, individualista. Era quem penetrava nas casas de família fingindo ser um pobre órgão com o objetivo de descobrir os lugares da casa, onde ficavam os objetos de valor depois fugia e os Capitães da Areia assaltavam a casa. Seu destino foi suicidar-se atirando-se do parapeito do elevador Lacerda, pelo ódio que nutria pela polícia baiana.
Gato: Era o mais bonito e mais elegante da turma.Candidato a malandro do bando, tinha em caso com Dalva mulher das noites, que lhe dava dinheiro, por isso, muitas vezes, não dormia no trapiche. Só aparecia ao amanhecer, quando saía com os outros, para as aventuras do dia.Participava dos planos mais arriscados e era muito malandro e esperto. Tempos depois foi embora para Ilheús tentar a sorte.
Pirulito: Era magro e muito alto, um cara seca, meio amarelado, olhos fundos, boca rasgada e pouco risonha. Era o único do grupo que tinha vocação religiosa apesar de pertencer ao Capitães da Areia. Quando parou de roubar, para sobreviver vendia jornais, seu destino foi ajudar o padre José Pedro numa paróquia distante.
Boa Vida: Era mulato troncudo e feio, o mais malandro do grupo. Muito preguiçoso, era o único que não participava das atividades de roubo do grupo. Às vezes, roubava um relógio ou uma jóia qualquer, passando-a logo para o Bala, como forma de apoio ao grupo. Era um boa-vida, gostava de violão e de ficar fazendo nada, contemplando o mar e os barcos. Seu destino foi virar um verdadeiro malandro, que vivia a correr pelos morros compondo sambas.
Dora: Tinha treze para quatorze anos, era a única mulher do grupo e se adaptou bem a ele. Era uma menina muito simples, dócil, bonita, simpática e meiga. Conquistou facilmente o grupo com seus cabelos lisos. Seus pais haviam morrido de alastrine e ela ficou sozinha no mundo com seu irmão pequeno. Tentou arrumar emprego, mais ninguém queria empregar filha de bexiguento. Aí ela encontrou João Grande e professor que a chamaram para morar no Trapiche, e logo ela já era considerada por todos como uma mãe, irmã e para Bala uma noiva. Ela participava dos roubos com os outros meninos. Morreu queimando de febre.
João-de-Adão: Estivador, negro fortíssimo e antigo grevista, era igualmente temido e amado em toda a estiva. Através dele, Pedro Bala soube de seu pai. Ele tinha conhecido o loiro Raimundo, estivador que tinha morrido, baleado na greve, lutando em prol dos estivadores. Segundo ele, a mãe de Pedro falecera quando ele tinha seis meses; era uma mulher e tanto.
Don'aninha: Mãe de santo, sempre os socorria em caso de doença ou necessidade.
Padre José Pedro: Introduzido no grupo pelo Boa-Vida, conhecia o esconderijo dos capitães.
Querido-de-Deus: Pescador, juntamente com João- de- Adão tinham a confiança dos meninos, que, por sua vez, não mediam esforços para recompensar esse apoio.
Professor: Era um garoto magro, inteligente, calmo e o único que sabia ler no grupo. O professor era quem planejava os roubos dos Capitães da Areia. Depois de muito tempo aceitou um convite e foi pintar no Rio de Janeiro.